O presidente da Câmara de Vila Real, Rui Santos, disse que esta segunda-feira vai ser de muito trabalho no incêndio que já queimou 4 mil hectares no concelho, mostrando-se preocupado com a possibilidade de surgirem reacendimentos.
Temos três frentes de incêndio. A de Vila Pouca de Aguiar está em fase de consolidação, a frente para Mouçós também está em fase de consolidação. A evoluir favoravelmente, mas ainda sem estar em fase de consolidação, temos a frente do Alvão (serra)”, explicou pelas 11:00, num ponto de situação feito aos jornalistas no posto de comando, instalado na aldeia de Benagouro.
Rui Santos disse estar preocupado porque é “expectável que o vento, sobretudo a partir das 15:00, ganhe alguma intensidade” e porque “a temperatura também está a subir”.
“E estamos preocupados com a possibilidade de surgirem reacendimentos”, frisou Rui Santos, que apontou para, numa primeira avaliação, uma área ardida que ultrapassa os 4.000 hectares, principalmente de mato e de pinheiro de regeneração, devido a outros incêndios que afetaram este território em anos anteriores.
“Há um ou outro armazém que ardeu, mas eram armazéns abandonados. Mas o objetivo é controlar o incêndio, depois de controlar o incêndio verificaremos no terreno quais são os prejuízos. A perceção que temos é que há prejuízos sobretudo agroflorestais, felizmente, casas de primeira habitação nenhuma delas ardeu, não há também nota de que alguém se tenha ferido ou danos pessoais”, referiu.
Segundo o autarca, para o local estavam mobilizados, pelas 11:00, 440 operacionais e 130 viaturas e sete meios aéreos, entre os quais os dois aviões gregos que estão em Portugal ao abrigo do mecanismo de apoio europeu.
“Face ao que é expectável para a tarde mantemos um alerta e o alerta é para que as pessoas se continuem a proteger, não saiam de casa ou saírem de casa só quando for absolutamente necessário, porque aquilo que vamos dando conta é que há pessoas que querem ver o incêndio e vêm complicar muito a vida a quem tem que fazer o combate”, referiu.
Esta manhã, segundo o autarca, não há aldeias em “perigo iminente”, embora algumas se encontrem na trajetória do fogo, como Relva, já no Parque Natural do Alvão.
“Ontem (domingo), durante o período noturno, foi de grande intensidade o combate ao incêndio, houve necessidade de proteger algumas aldeias. Neste momento a situação está genericamente mais calma, mas não podemos desleixar-nos, dar esta operação como concluída porque o aumento da temperatura, o aumento dos ventos pode, a qualquer momento, trazer más notícias”, salientou.
O alerta para o fogo foi dado às 07:00 de domingo, na serra do Alvão, zona da Samardã, e o vento forte e inconstante que se fez sentir empurrou-o em três frentes distintas, tendo atravessado a Estrada Nacional 2 (EN2) e a Autoestrada 24 (A24).
Lusa