O presidente da Câmara de Ribeira de Pena considerou hoje injusta a fórmula de cálculo que coloca o município na linha vermelha de risco para a covid-19 com apenas oito casos positivos de infeção pelo novo coronavírus.
oão Noronha participou hoje numa reunião com o primeiro-ministro, mas, segundo o autarca, Ribeira de Ribeira de Pena, no distrito de Vila Real, pertence, neste momento, ao grupo de concelhos que apresenta o nível de risco de contágio à covid-19 mais baixo (risco moderado), com seis casos.
António Costa convocou para esta reunião, que decorreu por videoconferência, os presidentes de câmaras dos sete municípios que registaram mais de 240 casos por cem mil habitantes nos últimos 15 dias: Alandroal, Carregal do Sal, Moura, Odemira, Portimão, Ribeira de Pena e Rio Maior.
De acordo com os dados do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Alto Tâmega e Barroso, Ribeira de Pena contabilizava na segunda-feira seis casos ativos de infeção pelo novo coronavírus, que provoca a covid-19.
“Um município com 6.016 inscritos no centro de saúde e que, com oito pessoas, fica no vermelho, é injusto”, afirmou João Noronha à agência Lusa.
O autarca criticou a fórmula de cálculo que “prejudica” municípios com pouca densidade populacional e defendeu que cada caso devia ser analisado de forma individual.
“Há que analisar caso a caso, porque uma coisa é haver oito pessoas que não se sabe quem são e outra é saber-se que os casos estão identificados, no nosso caso concreto na obra de construção de uma barragem”, salientou.
Na sua opinião, se “houver um surto devidamente controlado, não se pode generalizar ao resto do território”.
“Todos somos poucos para controlar esta maldita doença, mas não podemos ser todos penalizados”, salientou.
Se o município estiver acima do limiar de risco pode não avançar para a próxima fase de desconfinamento e as regiões limítrofes poderão, também, ser afetadas.
Para o autarca, o desconfinamento é importante para a economia local, comércio, restauração, turismo, e para o bem-estar das populações.
Após a reunião, o primeiro-ministro foi questionado se pode haver um desconfinamento do território continental a várias velocidades, perspetiva que foi por si admitida.
“Temos sempre de analisar caso e caso, porque nem todos correspondem à mesma situação”, começou por justificar António Costa, antes de assumir que os índices em vigor, se aplicados de forma absoluta, podem ser penalizadores para municípios de baixa densidade populacional.
O governante anunciou que será reforçada a fiscalização pelas forças de segurança nos municípios com maior incidência de casos de covid-19 e intensificadas as inspeções às condições sanitárias de habitações temporárias de obras ou colheitas.
João Noronha referiu que estas medidas vão ao encontro das preocupação reveladas pelos autarcas e que “são transversais” a estes municípios.
Desde o início da pandemia, Ribeira de Pena contabiliza 511 casos de infeção e 13 óbitos.
Lusa