Tal como a UFM já reportou, um vila-realense treinador de futebol, vive em Shanghai, na China, onde exerce a sua profissão.
Bruno dos Anjos, de 27 anos, estava de férias em Bali, Tailândia, quando surgiu o grande surto epidémico com o coronavírus ou covid-19. De regresso à cidade onde trabalha, o jovem optou por se colocar numa “quarentena voluntária de 14 dias”, onde tenta ficar em casa, saindo apenas para comprar “bens necessários”.
O técnico diz que a cidade mudou desde o surgimento da epidemia.
“A cidade está diferente, sim, muito! É um fantasma de si mesma! Quando se pensa que esta cidade tem 25 milhões de habitantes, dá para perceber o nível de stress, de movimento, de ritmo de vida num dia normal. Neste momento? Está uma cidade muito calma, vê-se pouca gente na rua, toda a gente de máscara. Sente-se o receio no ar”, referiu Bruno dos Anjos.
No que respeita ao trabalho, tudo continua parado, uma vez que o governo impôs a suspensão das atividades desportivas e das escolas, enquanto se verificar esta epidemia.
Perante este cenário, o vila-realense mostra-se calmo, diz que não se sente verdadeiramente “em perigo”, mas evita comportamentos de risco.
“Sempre que saio de casa, é por necessidade e saio protegido, sempre de máscara e óculos (visto que há a possibilidade de este vírus ser transmitido via aerosol, para além da transmissão salivar)”, explicou Bruno.
Para o treinador, as medidas que tem vindo a ser implementadas pelo governo chinês, estão a ter um “efeito positivo”, uma vez que o número de pessoas infectadas é muito baixo, tendo em conta a população existente.
Perante esta situação, Bruno dos Anjos confessa que tem pensado bastante no seu futuro profissional, no entanto, continua “calmo”, e para já, não pretende sair de Shanghai.
“Neste momento a minha empresa está a estudar possibilidades, a viabilizar outro tipo de atividades que possamos desenvolver e há que esperar por certo tipo de decisões e acontecimentos para tomar um tipo de escolha tão definitiva como procurar outro trabalho”, afirmou.
Quanto à sua vida social, o jovem diz que muito mudou, uma vez que ir a restaurantes é uma atividade que passou a evitar, mas com isto passou a cozinhar e descobriu que até tem jeito.
Bruno diz que “ir a um restaurante não é algo que seja necessário” daí que evite ir, mas “descobri uma veia de chef em mim e parece que tenho talento!”.
O treinador mantém-se otimista e acredita que a situação se vai resolver até porque “este país já teve crises similares no passado e conseguiu resolvê-las”.
Sónia Domingues