30 personalidades subscrevem movimento “O Douro Merece Melhor”

A Ministra da Agricultura e da Alimentação, Maria do Céu Antunes, diz que está “disponível para todas as reflexões, debates e contributos que visem a modernização da atividade agrícola, bem como o reforço da sua competitividade e sustentabilidade”, em particular na Região Demarcada do Douro.

Cerca de 30 personalidades reclamaram a adaptação aos tempos atuais do regulamento quase centenário aplicado à região, que possibilite melhorar o rendimento dos mais de 19 mil viticultores e evitar o abandono da atividade.
Os subscritores, entre os quais pessoas ligadas a grandes empresas de produção e comercialização de vinho, mas que assinaram a título individual, referem que, ao longo dos últimos 20 anos, se assistiu a uma “redução do volume das vendas de vinho do Porto”.
António Filipe, um dos subscritores, diz que são horas de repensar o Douro.

Daí a necessidade de um debate alargado para se perceber como se consegue inverter a situação de se venderem sistematicamente uvas abaixo do custo, o que depois tem o reflexo de haver preços baixos no mercado:

Fora da fileira vitícola, o presidente da Câmara Municipal de Murça, Mário Artur Lopes, lembra que o agricultor se queixa permanentemente e não é porque lhe apetece, é porque tem dificuldades de ano para ano.

Mário Artur Lopes diz que, uma região de excelência tem de saber valorizar-se ainda mais.


O reitor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Emídio Gomes, não quis comentar o assunto, já que, tal como os outros, assinou o documento a título individual.

As soluções podem ser muitas, mas, para já, os subscritores só querem chamar a atenção para as partes interessadas e com responsabilidades se sentarem à mesa para estudarem as medidas que poderão ser implementadas.

A ministra da Agricultura diz estar disponível. Maria do Céu Antunes lembra que, em maio deste ano, no Conselho Interprofissional e no Conselho Consultivo do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP), “foi estimulada a realização, no âmbito de um grupo de trabalho, de um estudo analítico ou master plan, com o objetivo de serem estudadas propostas e medidas concretas com vista à valorização da Região Demarcada do Douro e da sua sustentabilidade”.

No âmbito do plano estratégico para a região, a ministra destaca que “o que se pretende nesta matéria e com esse propósito é que exista uma ação concertada e de estreita colaboração entre o IVDP e os conselheiros representativos dos dois polos da equação, a produção e o comércio”. Por outro lado, o debate deve também envolver “os diversos intervenientes com responsabilidade e valias no setor, desde os agentes do território até à comunidade científica”.
Maria do Céu Antunes insiste que “é urgente estabelecer um critério de desenvolvimento regional, de coesão territorial, assente na competitividade de quem produz e comercializa”. Para tal, advoga, é preciso “criar pontes, dialogar e harmonizar o trabalho que está já a ser desenvolvido em sede daquele Conselho Interprofissional”.

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